A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A COMPLEXIDADE CEREBRAL

Recentemente li um artigo da revista PSIQUE, denominado "Neuropedagogia e a complexidade cerebral na sala de aula", da pesquisadora Marta Pires Relvas. Tal artigo surpreendeu-me e corroborou aquilo que desconfiava: a prática pedagógica está intimamente ligada às emoções.
Em primeiro lugar, Relvas destaca a necessidade de se reconfigurar o ambiente da sala de aula com o intuito de promover maior convergência entre ciência, aprendizagem, ensino e educação. Cabe ao professor no momento em que está planejando as suas aulas, estar ciente de que as suas turmas constituem uma biologia cerebral, no qual os alunos estão com os "sistemas dos sentidos biológicos muito estimulados e, por conseguinte, existe um movimento de conexões nervosas que nunca estanca".
Neste sentido, segundo a autora, o aprendiz é o Sujeito Cerebral, ou seja, "é o estudante que argumenta, questiona e que tem autonomia em aprender. O papel do professor é provocar desafios, promover ações reflexivas e permitir o diálogo entre emoções e afeto (...)"
O ponto alto deste artigo é a seguinte reflexão de Relvas: "Para garantir que as informações sejam transformadas em aprendizagem, as aulas devem ser emolduradas pela emoção, pois quando estas têm significado para a vida e vêm pelo caminho da emoção, jamais serão esquecidas." Ou seja, o professor deve ter a sensibilidade para compreender o outro e criar mecanismos pedagógicos capazes de criar um vínculo entre conteúdo e emoção.
Segundo o argumento de Relvas, para que haja uma "aprendizagem significativa, a aula deve ser prazerosa, bem-humorada, elaborada e organizada estrategicamente", pois isso provoca a liberação de substâncias naturais, como a serotonina e dopamina, responsáveis pelas sensações de satisfação, prazer e humor.
Ela conclui explorando um exemplo, no qual o professor deve iniciar as suas aulas com informações novas, pois o cérebro é ávido por conteúdos novos. Assim, a prática pedagógica passa pela sensibilidade e construção de um ambiente favorável que estimule o aluno a aprender cada vez mais.

*FONTE: ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA PSIQUE Nº 64

Comentários

JF BLOG disse…
Muto bom o artigo...
Gostaria de saber se posso publicá-lo em minha revista?
meu e-mail.: divino.marcinaldo@hotmail.com
twitter: @professordivino
JF BLOG disse…
Aguardo contato.
Boa noite. Quero agradecer-lhe e informar-lhe que envie um arquivo do referido artigo e a devida autorização para a sua publicação. Se houver um site da revista, favor enviar um link para que eu possa divulgá-la em meu blog.

Atenciosamente,

Rodrigo Gondim.
Este comentário foi removido pelo autor.